Nas últimas semanas o Estado Espanhol voltou a evidenciar o seu carácter fundamentalmente repressor e fascista, tendo diversos músicos sido condenados a penas de prisão e multas, por insultos à monarquia e exaltação do terrorismo, outras pessoas acusadas e sentenciadas por frases escritas no Twitter e Facebook, e a censura de uma exposição sobre presos políticos na maior feira de arte de Madrid.
Desde a aprovação da Ley Mordaza em 2013, o Estado Espanhol tem vivido um estado de exceção não-declarado, onde a mera expressão de opinião crítica ao regime tem como consequência graves penas, tendo assim o intuito de estender um clima de medo numa sociedade onde os movimentos sociais e a organização de base têm experienciado uma forte adesão nos últimos anos. Foi até criada uma rede por parte da Polícia Nacional Espanhola chamada “Stop Radicalismos”, renovada recentemente, que incentiva a denúncia aleatória de qualquer pessoa por motivos ideológicos ao melhor estilo de um regime totalitário. Desde a instauração da democracia este estado de exceção era já uma situação quotidiana em regiões como o País Basco onde, devido ao contexto de conflito histórico, a transição democrática nunca escondeu a continuação de um projeto de Estado centralizado, imperialista e fortemente repressivo. Esta tendência de aumento e normalização da repressão não é exclusiva ao Estado Espanhol, sendo que em França o estado de emergência justificado pelos atentados de 2015 tornou-se permanente com a nova lei antiterrorista do governo de Macron. A perseguição que habitualmente era aplicada a grupos minoritários de dissidência política, como por exemplo: anarquistas, independentistas, ou qualquer outro tipo de militante ou ativista social, generaliza-se como algo quotidiano que afeta todos e todas e aqueles e aquelas que se atrevem a tornar público um pensamento que põe em causa as bases do sistema capitalista, denuncia as suas estruturas opressivas e se arrisca a propor novas formas de organização social. Estas situações demonstram que esta democracia (que enche a boca a tantos defensores da liberdade de expressão) e ditadura são as duas face de uma mesma moeda, que se alternam de maneira a perpetuar um sistema de domínio, o capitalismo, cujo único objectivo é a reprodução de si mesmo. Contra toda a vossa polícia, os vossos juízes, os vossos media, seremos sempre ingovernáveis!
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RELLA Resistência Estudantil Luta e Liberdade é uma organização de tendência estudantil de caráter popular, classista, combativo, horizontal e autônomo, pela construção de um movimento estudantil autogestionário que responda às necessidades de luta e resistência contra os ataques os quais as e os estudantes têm sido alvo. Histórico
Janeiro 2021
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